Exposição “O Ano de 1993 -Graça Morais e José Saramago” + Performance “Uma mulher ainda nao parou o mais longo gemido do mundo (Revisitar O Ano de 1993)”

Esta exposição, bem como a performance de Silvia Penas, «Uma mulher ainda não parou o mais longo gemido da história do mundo (Revisitar O ano de 1993 de J. Saramago)», foram concebidas em 2022 por ocasião da comemoração do nascimento de José Saramago (1922-2010) e, neste ano de 2024, não poderia ser mais pertinente a sua apresentação em Lisboa, assinalando duas outras efemérides: o 50.º aniversário do 25 de Abril de 1974 e – feliz coincidência cronológica – os 50 anos de carreira da pintora Graça Morais.

Aborda-se, nesta mostra, a amizade e o fértil encontro entre o escritor e pintora, testemunhados pelos trabalhos agora expostos em reproduções de grande qualidade: 9 dos 10 desenhos feitos por Graça Morais para a segunda edição, há muito esgotada, do livro O Ano de 1993 (1987); e o retrato do escritor, executado algum tempo após o seu falecimento. O cruzamento entre a escrita de José Saramago e a pintura de Graça Morais é também evocado no projeto inédito concebido para esta exposição, os caligramas que animam o espaço expositivo, realizados por um coletivo de artistas-criadoras em formação na Faculdade de Belas Artes da Universidade de Vigo, sob a direção da professora Sol Alonso, membro da I Cátedra Internacional José Saramago.

Em 1987, José Saramago desafiou Graça Morais a conceber os desenhos que viriam a ser publicados na segunda edição do livro O Ano de 1993. A pintora produziu então uma série de dez composições que estabelecem um jogo com a natureza fragmentária do poema que referencia a repressão sobre a sociedade, a resistência, a violência revolucionária e, simultaneamente, o desejo de liberdade e a esperança. Contudo, Graça Morais recusou a ilustração direta, antes optando por (re)criar segmentos daquele universo onírico, ampliando assim o seu valor estético e poético. Nesta exposição recordamos este encontro poético entre a palavra escrita e a imagem, entre duas grandes personalidades cujas obras fecundas têm, sempre, o poder de nos interpelar.

A inauguração e a performance terão lugar na quinta-feira, dia 14 de março, a partir das 18h na Cisterna da FBAUL. Entrada livre.

Curadoria: Burghard Baltrusch, Joana Baião, Egídia Souto.

Organização: FBAUL, I Cátedra Internacional José Saramago da Universidade de Vigo, Instituto Politécnico de Bragança, Laboratório de Artes na Montanha Graça Morais.

Colaboração: Sorbonne Nouvelle, Crepal, Facultade de Belas Artes da Universidade de Vigo.

O catálogo da exposição está disponível na seguinte ligação.